Revista eletrônica de História

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Os Entraves para o Crescimento do Brasil que os Partidos não veem - por David Barbosa Miranda

A atual conjuntura econômica atravessa um momento de desafios importantes, tanto do ponto de vista nacional quanto internacional. A crise econômica dos Estados Unidos, iniciada no final do governo de George W. Bush e início do governo de Barack Obama, "contaminou" a Europa e parece estar "infectando" também importantes regiões da América Latina, inclusive o Brasil, que a priori se mostravam imunes. Apesar do final da Guerra Fria (ou pelo menos de sua fase mais explícita), continuamos presos ao velho estigma da dependência dos Estados Unidos e o Brasil, que até então mostrava-se em "mares calmos", começa a dar sinais de que não está à margem desta crise.
A bem da verdade, estamos observando que a economia brasileira está em franca recuperação, ainda que modesta, e a União Europeia enfrenta os resultados da aceitação em seu bloco de países que pouco contribuíram e muito prejudicaram (como por exemplo Portugal e Grécia). E o Brasil, que durante anos perdeu muitas oportunidades de ligações econômicas mais interessantes, continuo preso ao degradante Mercosul, que pouco ofereceu de concreto ao crescimento da nossa economia.
Agora estamos enfrentando de maneira mais crucial os gargalos de nossa economia: as deficiências em infraestrutura e mão de obra de baixa qualidade. E é justamente nestes dois pontos que a Europa leva vantagem sobre o Brasil, podendo usar estes trunfos na sua própria recuperação econômica. De fato, muitos profissionais europeus estão migrando para os países sul-americanos, sobretudo o Brasil, dando vazão à sua mão de obra excedente; curiosamente, um efeito econômico semelhante ao acontecido nos primeiros momentos da industrialização, onde levas de imigrantes europeus "invadiram" a América do Sul em busca de trabalho.
Os desafios brasileiros são tão antigos quanto, a se considerar nossas atuais perspectivas, difíceis de serem solucionados: capacitar nossa mão de obra e estabelecer uma infraestrutura capaz de revitalizar nossos produtos, atualmente em condições desvantajosas para com os produtos estadunidenses e até mesmo europeus.
Do ponto de vista turístico, o Brasil também sofre com a falta de profissionais gabaritados para receberem os turistas, seja pela falta de conhecimento dos principais idiomas falados no mundo (como o inglês e o francês), mas também por uma falta de conhecimentos básicos para se recepcionar bem os turistas, como falta de cordialidade e até mesmo o controle adequado do idioma materno, o português.
Sendo assim, os empresários do setor turístico devem tentar, na medida do possível, cumprir o papel que a priori deveria ser cumprido pelo Estado: investir em educação de seus colaboradores, a ponto de capacitá-los a receber melhor os turistas e, dessa forma, recuperar o Brasil de uma vergonhosa situação no setor turístico, se comparado a outros países do mesmo porte. Educação e Infraestrutura, bem como investimento na capacitação, devem ser as medidas prioritárias para fugir aos gargalos que entravam o crescimento econômico, bem como turístico, de nosso país.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um oscilante Brasil on line! - por Paulo Freitas

17 de junho: o dia que ninguém sabe o que aconteceu

Longe de um comparativo de importâncias, mas se Gutemberg fez uma revolução no mundo da informação e do conhecimento motivando a Reforma protestante de Lutero, o iluminismo, as panfletagens que desencadeou a Revolução Russa (destacando alguns dos maiores eventos) hoje, os créditos das próximas revoluções nos livros de História – em questão de invenção e disseminação de ideais – poderia ser creditado a Bill Gates (e sua “r-evolução” na informática) ou, ao criador do Facebook® Mark Elliot Zuckerberg? A informática entra definitivamente na História. Marco principal, Julian Assange: criador do WikiLeaks (site que divulgou documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos), que teve forte repercussão mundial chegando a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2011, pelo parlamentar norueguês Snorre Valen que disse "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" neste século "ao divulgar informações sobre corrupção, violações dos direitos humanos e crimes de guerra, o WikiLeaks é um candidato natural ao Prêmio Nobel da Paz". Recentemente outro nome registrou presença  inquestionável na História, Edward Snowden: que denunciou um enorme esquema de espionagem mundial dos EUA e que, certamente ditará novas relações internacionais, suscitará novas reflexões a respeito de soberania e fronteiras territoriais, talvez até já tenha deflagrado o “início” de uma longa e silenciosa guerra  cibernética.

E o Brasil nisso tudo? Entrou no circuito das manifestações populares motivadas por redes sociais, como aconteceu no que foi chamada de Primavera Árabe (em 30/06: 17 milhões de manifestantes egípcios nas ruas) e, o que já se anteciparam – num puro imediatismo – a chamar de “Primavera Tropical” o nosso 17 de junho. Esta data, para muitos foi uma manifestação da classe média, mas o que levou a classificarem assim? Será que disseram isso por esta ter sido motivada pela internet?  Será que pelo fato das duas frases de maior significação das passeatas caracterizarem um perfil consumista: (“O gigante acordou” – alusão ao comercial vigente do whisky Johnnie Walker e; “Vem pra rua” – slogan de um comercial recente da Fiat)? Será que por não aceitarem nenhuma legenda de partidos políticos? Será que por ter sido um estudante de “Arquitetura” que depredou a Prefeitura de São Paulo? Ou, por não aceitarem a equipe da Rede Globo nas manifestações? 

Na História brasileira a classe média vem à tona na famosa passeata de 19 de março de 1964 conhecida como “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, com uma liderança religiosa e um intuito anti-comunista, motivadas pelas medidas de nacionalização e reforma agrária anunciada por João Goulart, somada a uma desordem econômica e um panorama político confuso (nestes dois últimos quesitos, qualquer semelhança é mera coincidência), como consequência: um recrudescimento da repressão. No 17 de junho, entretanto, as manifestações em nível nacional nitidamente não tinha um objetivo definido (o valor das passagens foi só um estopim) e nem uma liderança reconhecida. O que ficou claro em 1964 é que aquele movimento popular poderia facilmente ser classificado como de “direita” e a quem diga que o nosso 17 de junho também. Segundo alguns esquerdistas, motivo suficiente para isso estaria nas frases de alguns cartazes presentes como “Ame-o ou deixe-o” e verás que o filho teu não foge à luta”; que o repúdio as siglas partidárias seriam uma atitude fascista, porém, mais que isso a meu ver (se me prestasse a analisar sob esse ângulo), seria as ausências de pautas sempre constantes em todas as grandes manifestações como, por exemplo: pedidos de reforma agrária e protesto direto a determinada personalidade do governo (duas coisas que a Esquerda jamais afirmaria nos dias de hoje – já que estão no poder e, uma vez sem voz nas manifestações, estas então, só poderia ter sido motivada pela oposição, ou no meio de tantas alianças, pela extrema “oposição” [fascistas]).

A presença da Esquerda à frente das manifestações brasileiras sempre foi o carro-chefe das reivindicações do povo. Nos últimos tempos foram personagens principais nas “Diretas Já” em 1984, no Impeachment de Collor em “1992”, na “Marcha dos 100 mil em Brasília em 1999” (contra as políticas de FHC), mas, no 17 de junho não estiveram presentes (?). Como que, com toda uma historia de luta, as bandeiras vermelhas não foram hasteadas em junho? Seria por suas constantes fragmentações  (PT, PSTU, PCO, PSOL) que causou certo descrédito e um número reduzido de militantes “desunidos”? Fato é que as forças partidárias ainda estavam – como sempre - atrasadas com o modelo antigo de informação de Gutemberg em pleno século XXI (com panfletos e cartazes) e, não se atualizaram, não perceberam a força da internet com seus posts, páginas, hashtags, facebook, twiter, etc. coisa que o mercado, o “capitalismo”, há muito tempo faz uso. Terem negado a presença de legendas partidárias não foi algo premeditado – a verdade é que perceberam as manifestações tarde demais e, correram para levantar suas bandeiras (como alguém que chega tarde à festa e quer ser o primeiro a comer o bolo).

As grandes forças sindicais perplexas por não só não terem sido elas a força motriz destas manifestações, mas ainda de não poderem marcar presença nelas: procuraram de todas as formas organizar-se rapidamente. Cientes das hostilidades nas passeatas de junho, eles anunciaram uma diferenciação – para não falar “distanciamento” –, daqueles que a mídia tentou destacar como organizadores do 17 de junho. Para isso precisaram ser mais específicos declarando ousadamente o “Dia Nacional de Luta, com mobilizações, paralisações e greves”: evidentemente um protesto da classe trabalhadora. No dia 11de julho, reuniram 10 mil na Avenida Paulista (com denúncias de que houve pagamentos para pessoas fazerem número no local), 100 mil somados todos os protestos no país – irrisório em vista do que é a classe trabalhadora no país e para o título de “greve geral” como anunciado. Ficou claro que não querem perder seu lugar, ou melhor, sua imagem “simbólica” na sociedade – um passo em falso para o momento. É de conhecimento de todos que os sindicatos são caracteristicamente partidários e, sendo assim, tão desacreditados quanto todas as legendas atualmente; entretanto têm muita força e, uma prova do poder dos Sindicatos foi uma pequena amostra dada por um grupo dissidente dos sindicatos dos transportes de São Paulo: um dia antes da greve geral, fecharam 15 terminais de ônibus prejudicando 750 mil pessoas, sem a ajuda ou apoio de um único trabalhador!

Na História do Brasil todas suas grandes manifestações sempre culminaram em um resultado positivo (1984, 1992) ou negativo (1964, 1968). Ora, pode-se dizer que tivemos conquistas com o nosso 17 de junho? Certamente mas, a estrutura política engessa qualquer mudança significativa. Prova disso, foram as propostas impensadas feitas por Dilma Roussef num claro sinal de desespero e, que repercutem até hoje como o plebiscito e contratação de médicos estrangeiros esta acabou despertando greves até hoje na categoria – agravando ainda mais a relação governo e povo. Poderia também em contrapeso citar que, o caso do uso dos aviões da FAB, num momento crítico da nossa política, por Joaquim Barbosa, Renan Calheiros e outros, foram uma prova de que eles não se incomodaram tanto com a indignação brasileira mas, vejo que este ato não foi por mal, longe disso, foi uma clara demonstração do quanto o uso do bem público está arraigado no inconsciente coletivo dos nossos governantes. 

O que percebi é que todos estão acostumados a fazer uma leitura das manifestações da mesma forma como sempre se fez no passado e esta não é uma manifestação igual as anteriores, igual as que aconteceram anteriores a ela: ela é nova como tentei demonstrar aqui. No passado, elas sempre foram motivadas por um objetivo em especial, por uma exigência de substituição do poder vigente, por um estímulo de alguma instituição seja ela político, religiosa ou de classe; onde os interesses populares sempre estiveram em um segundo plano “à emergir”. Entretanto, por mais que tentem enriquecer o que foi o 17 de junho com os motivos políticos mais fundamentados possíveis, com o brilho mais reluzente para à História, com a ideia do primeiro passo para um grande povo “que acordou”, a realidade é que é muito, muito cedo para podermos caracterizar um povo. Que é um sinal, isso é indiscutível e, um sinal nunca visto antes em nenhum lugar do mundo? Sim! Que ninguém sabe ainda como tratar e refletir isso também é um fato. Evidentemente o que ficou manifesto e, ao mesmo tempo, chocante é uma clara manifestação de repúdio a instituição “democrática” vigente e, uma áurea de incerteza presente. Outra grande manifestação está sendo marcada para 07/09, agora não mais pela MPL, mas, pelo Anonymous Brasil (emergindo das sombras), agora não mais pelas passagens mas por algo mais concreto, complexo e menos evidente. Terá a mesma repercussão apesar de estarem fazendo uso dos mesmos meios (redes sociais)? Caso seja tão grandiosa ou maior que nosso 17 de junho, o que os políticos farão dentro de uma instituição altamente burocratizada, dividida em milhares de conflitos de interesses pessoais e partidários, ruindo em escândalos políticos? Dizer que “só o tempo dirá”, seria muito clichê, talvez quem sabe, poderia ser “só os políticos dirão” ou “só o povo dirá” ou, como demonstra a nossa História nesses períodos de incerteza econômica e política: “só os militares dirão”.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Apresentação do colaborador David Barbosa Miranda

"David, O HISTORIADOR.
 Sou professor de História desde 2009 (não é tanto tempo assim, mas também não é um tempo desprezível). Quando me formei, na UniFIEO de Osasco, tive contato com uma turma incrível, multiforme e plural. Isso, ao invés de forçar a formação de clãs, uniu curiosamente nossa turma e a enriqueceu. E é justamente com este grupo de amigos que hoje temos este projeto de Revista Eletrônica de História, cujo intuito é fomentar o debate, a crítica e, principalmente, o conhecimento.
Minhas principais ênfases em História giram em torno do Egito Antigo, da História dos Estados Unidos e do Islamismo. Sou muçulmano desde 2001, casado e pai de três filhos.
Espero que este blog, bem como todas as nossas futuras iniciativas, surtam efeitos benéficos para todos, leitores e produtores, pois o conhecimento não é algo que deva ficar fechado em si mesmo, mas deve ser transmitido a todos, em prol da humanidade".

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Primeira postagem

Bem vindos ao nosso novo blog!
O intuito deste blog é debater assuntos temáticos periodicamente. Os colaboradores deste blog são amigos da faculdade de História formados em 2008 pela UNIFIEO. Cada um tem uma especialização diferente e um jeito próprio de ser, por tanto têm pontos de vistas diferentes dos mesmos assuntos.

Cada colaborador terá um tempo para escrever um tema - que será decidido em conjunto, depois cada um postará seu texto. No texto seguinte, iremos discutir a opinião do outro. Encerrando as opiniões, passaremos para outro tema. Os temas surgirão conforme a necessidade do grupo ou de acontecimentos atuais.

Além dos comentários no próprio blog, os queridos leitores poderão enviar suas opiniões e sugestões para o e-mail: cult.conhecimento@gmail.com

Nosso objetivo é criar uma Revista de História com este mesmo método.


Cordialmente,
a equipe:
Ariany Pamela, Airton Fernandes D'avlis, David Barbosa Miranda, Marcela Militão e Thomas Anderson.